Protesto em Andamento
A Lei 9.492, de 10 de setembro de 1997, regulamenta o protesto, dispondo sobre o prazo para registro do
protesto, de 3 (três) dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida, excluindo
o dia da protocolização e incluindo-se o do vencimento na contagem do prazo. Ou seja, em regra o prazo
limite é aquele indicado na intimação expedida.
Quando a intimação for efetivada excepcionalmente no último dia do prazo ou além dele, por motivo de
força maior, o protesto será tirado no primeiro dia útil subseqüente. Dessa forma, se a intimação for
entregue no endereço no último dia do prazo constante da intimação ou depois deste, o prazo para a
lavratura do protesto se estende por um dia útil.
Uma vez protocolizado o título ou o documento de dívida, o tabelião expede intimação ao devedor,
considerando-se cumprida a intimação quando comprovada a entrega no endereço fornecido pelo
apresentante.
A intimação é feita por edital quando a pessoa indicada for desconhecida, a sua localização incerta ou
ignorada, for residente ou domiciliada fora da competência territorial do tabelionato ou ninguém se
dispuser a receber a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.
Durante o tríduo (prazo para o protesto), o título pode ser considerado irregular, ou é pago ou aceito,
ou o devedor apresenta resposta, ou o apresentante desiste do protesto, ou o devedor obtém liminar em
processo judicial de sustação de protesto ou, não ocorrendo nenhuma dessas situações, o protesto é
lavrado.
Título Irregular
Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados são examinados em seus caracteres formais e terão
curso se não apresentarem vícios. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião, ainda que após
a expedição da intimação, obstará o protesto. No entanto, deve se ressaltar que não cabe ao Tabelião de
Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade (Lei 9.492/1997, artigo 9º).
Uma vez constatada qualquer irregularidade, o Tabelião pode formular exigência para uma nova
apresentação ou expor os motivos da recusa ao protesto. Não se conformando com a recusa ou a exigência
formulada, o interessado pode protocolar na serventia requerimento de dúvida, que será dirimida pelo
Juiz Corregedor Permanente.
Pagamento
O pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto pode ser feito em qualquer
agência bancária, por meio do boleto bancário enviado juntamente com a intimação, dentro do prazo
limite.
É possível, ainda, efetuar o pagamento diretamente no Tabelionato competente, em dinheiro, no valor
igual ao declarado pelo apresentante, acrescido dos emolumentos e demais despesas.
No ato do pagamento o Tabelionato de Protesto dará a respectiva quitação e o valor devido será colocado
à disposição do apresentante no primeiro dia útil subsequente ao do recebimento.
O interessado poderá também fazer o pagamento do título ou documento de dívida por meio de cheque visado
e cruzado ou cheque administrativo, emitido no valor equivalente ao da obrigação, devendo ainda estar em
nome e à ordem do apresentante, e ser pagável na mesma praça. Em se tratando de Microempresa ou Empresa
de Pequeno Porte, incidirá o disposto no art. 73, inciso II, da Lei Complementar 123/2006.
Aceite
Os títulos que comportam aceite, como a letra de câmbio e a duplicata, podem ser apresentados a protesto
para eventual aceite do sacado. Nesses casos, o sacado pode comparecer munido de documento de
identificação e apor seu aceite, assinando o título, e pagando as custas, emolumentos e despesas do
protesto.
Resposta do Devedor
Quando existe razão para não pagar ou não aceitar o título, o devedor pode apresentar declaração por
escrito, a qual será transcrita no termo e no instrumento de protesto. Ressalte-se, contudo, que a
resposta não tem o condão de impedir a tirada do protesto, já que o Tabelião de Protesto não está
investido de função de julgar as alegações, por mais relevantes e fundamentadas que sejam.
Assim, sempre que houver relevante razão de Direito, o interessado deve recorrer ao meio hábil que é o
processo de sustação judicial de protesto.
Desistência
O apresentante pode desistir do protesto, retirando o título ou documento de dívida, pagos os
emolumentos e demais despesas.
O apresentante deverá comparecer munido do formulário de protesto e comprovante de protocolo do
Distribuidor de Protesto.
Em se tratando de pessoa jurídica, o pedido deverá ser feito em papel timbrado, reconhecido a firma do
representante legal. Se o apresentante for pessoa física, deverá comparecer munido de cédula de
identidade para formular o requerimento de desistência.
Sustação Judicial de Protesto
Caso exista relevante razão de Direito para não aceitar ou pagar o título ou documento de dívida, o
suposto devedor deve promover medida cautelar de sustação de protesto, constituindo advogado ou, se
preenchidos os requisitos legais, requerendo a medida perante o competente Juizado Especial Cível.
Uma vez concedida a medida liminar, o interessado deve encaminhar a ordem judicial ao Tabelionato.
Acesse o "Fale Conosco" deste portal, selecione o Tabelionato destinatário da ordem e faça o upload do
documento eletrônico. O documento poderá também ser protocolado diretamente no Tabelionato, havendo
plantão até as 19 (dezenove) horas do dia limite para o pagamento.
Caso não exista tempo hábil para a obtenção de liminar de sustação de protesto, pode o interessado
pleitear judicialmente medida de suspensão dos efeitos do protesto, com a conseqüente restrição à
publicidade do ato.
Lavratura do Protesto
Decorrido o prazo sem a ocorrência de qualquer uma das alternativas acima mencionadas, o protesto é
lavrado, entregando-se ao apresentante o instrumento de protesto juntamente título ou documento de
dívida.
Lavrado o protesto por falta de pagamento, o Tabelião de Protesto fornece às entidades representativas
da indústria e do comércio ou àquelas vinculadas à proteção do crédito, quando solicitada, certidão
diária, em forma de relação, dos protestos tirados e dos cancelamentos efetuados, com a nota de se
cuidar de informação reservada da qual não se poderá dar publicidade pela imprensa, nem mesmo
parcialmente.
Em Campinas os Tabelionatos de Protesto encaminham informações de protestos à Serasa e à Associação
Comercial de São Paulo.
Protestado o título ou documento de dívida, cessa a competência legal do Tabelião para receber o
pagamento. Assim, o devedor deverá procurar o apresentante para quitação da dívida e resgate do título
ou documento de dívida e instrumento de protesto. Na impossibilidade de apresentação é necessária carta
de anuência ao cancelamento de protesto. Maiores informações no tópico "Cancelamento de Protesto" deste
portal.